Tiveram vasta repercussão no Paquistão as palavras do Papa Bento XVI a respeito da condenação à morte da cristã Asia Bibi.
O bispo de Islamabad - Rawalpindi, monsenhor Anthony Rufin, ressaltou que a condenação à pena capital pode ser revogada porque o governo paquistanês há de ter atenção aos pedidos da comunidade mundial.
À este apelo internacional, se juntou o pedido de Bento XVI. “De modo particular, exprimo a minha aproximação espiritual à senhora Asia Bibi e aos seus familiares. Peço que, o mais rápido possível, seja restituída sua plena liberdade”, disse.
Recordando a história de Asia Bibi, monsenhor Anthony Rufin explica que no Paquistão não são raras as controvérsias e discussões entre muçulmanos e pessoas pertencentes à minorias religiosas. O bispo salientou que especialmente nas aldeias “as pessoas pobres e menos instruídas não sabem como responder ou tratar de frente as acusações”.
No apelo desta quarta-feira, 17, o Santo Padre recordou também a difícil situação dos cristãos no Paquistão, “frequentemente vítimas de violência ou discriminação”. O Pontífice pediu, em particular, “por aqueles que se encontram em situações semelhantes [a de Asia Bibi], afim de que sua dignidade humana e seus direitos fundamentais sejam plenamente respeitados”.
Segundo Elly Xenou, que vive no Paquistão há três anos e coordena o trabalho das diferentes agências nacionais da Caritas, a comunidade cristã no país está muito exposta à discriminação. “Muitos cristãos são pobres porque o sistema das castas se transformou num sistema de classes sociais, quase feudais”, explicou.
Elly Xenou conta ainda que a situação se agrava porque o nível de educação no país é muito baixo, criando, assim, muitos maus entendidos sobre a religião. Mas ele ressalta que o povo é muito caloroso e acolhedor , e o fundamentalismo não pertence a sua cultura. “As diversas comunidades do país podem viver juntas, pacificamente, e se apoiarem reciprocamente, como demonstra a história antiga do Paquistão”, concluiu.
Fonte: Canção Nova
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