quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Igreja vive uma "primavera eucarística", afirma Bento XVI

"Desejo afirmar com alegria que hoje, na Igreja, há uma 'primavera eucarística': quantas pessoas permanecem silenciosas diante do Tabernáculo, para entreter-se em diálogo de amor com Jesus! É consolador saber que não poucos grupos de jovens redescobriram a beleza de rezar em adoração diante do Santíssimo Sacramento", exclamou Bento XVI na Catequese da quarta-feira, 17.

O Papa falou sobre a santa belga Juliana de Cornillon, que, apesar de não ser muito conhecida, desempenhou um papel fundamental para a instituição da festa de Corpus Christi, "solenidade litúrgica mais importante do ano", nas palavras do Pontífice.

O Bispo de Roma lembrou que a fidelidade à  Santa Missa dominical é essencial para a caminhada de fé, mas, ao mesmo tempo, lançou um convite:

"Busquemos também ir frequentemente visitar o Senhor presente no Tacernáculo! Olhando em adoração a Hóstia consagrada, nós encontramos o dom do amor de Deus, encontramos a Paixão e a Cruz de Jesus, bem como a sua Ressurreição. Exatamente através do nosso olhar em adoração, o Senhor nos atrai para si, dentro de seu mistério, para transformar-nos como transforma o pão e o vinho". 

Santa Juliana

Juliana ficou órfã aos cinco anos e foi criada em um convento de monjas agostinianas. Mais tarde, ela própria tornou-se membro da Congregação. Aos 16 anos, a santa teve uma visão mística da lua envolta por uma faixa escura.

"A lua simbolizava a vida da Igreja sobre a terra, a linha opaca representava, por sua vez, a ausência de uma festa litúrgica, para a instituição da qual era pedido a Juliana que trabalhasse de modo eficaz: uma festa, isto é, na qual os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, avançar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento", explicou o Santo Padre.

Essa visão foi mantida em segredo por mais de 20 anos, até o dia em que Juliana decidiu compartilhá-la com outras duas religiosas. As três fizeram uma espécie de aliança espiritual e buscaram auxílio junto ao padre Giovanni di Losanna, pedindo que ele consultasse teólogos e eclesiásticos sobre o que elas traziam em seus corações.

"Aquilo que aconteceu a Juliana de Cornillon repete-se frequentemente na vida dos Santos: para ter a confirmação de que uma inspiração vem de Deus, é preciso sempre imergir-se na oração, saber esperar com paciência, buscar a amizade e o encontro com outras almas boas, e submeter tudo ao juízo dos Pastores da Igreja".

Bento XVI salientou que a superação das provas que se apresentam no caminho tem como fim último o incremento da fé.

Acerca da festa de Corpus Christi, o Pontífice ressaltou que os textos foram compostos por São Tomás de Aquino e são ainda hoje utilizados na Igreja, indicando particularmente o Adoro te devote.

"São textos que fazem vibrar as cordas do coração para expressar louvor e gratidão ao Santíssimo Sacramento, enquanto a inteligência, adentrando com espanto no mistério, reconhece na Eucaristia a presença viva e verdadeira de Jesus, do seu Sacrifício de amor que nos reconcilia com o Pai, e nos dá a salvação".

A audiência

O encontro do Bispo de Roma com os cerca de 40 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro aconteceu às 10h30 (em Roma – 7h30 no horário de Brasília). Após o encontro, Bento XVI lançou um apelo pelos cristãos perseguidos no Paquistão.

Na saudação aos fiéis brasileiros, o Papa salientou:

"O céu cubra de graças os passos da vossa vida e os preserve do pecado, para que os vossos corações possam domingo-a-domingo hospedar Jesus-Eucaristia no meio dos homens. Sobre vós, vossos familiares e comunidades eclesiais, desça a minha Bênção".


Acesse: 
Catequese de Bento XVI sobre Santa Juliana de Cornillon

Fonte:
Canção Nova

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