segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Família da Esperança encerra semana de comemorações


A Família da Esperança concluiu no último domingo, 24, uma semana intensa de comemorações pelo Reconhecimento Pontifício, recebido em maio deste ano, no Vaticano.

Os últimos três dias de encontro – intitulado "Festa da Família"
 – aconteceram na sede da instituição, no interior de Guaratinguetá (SP). Entre quarta e quinta-feira, a programação incluiu visitas à sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), e ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Cerca de 3 mil pessoas participaram das comemorações, com celebrações, apresentações, mesas-redondas e diversas outras atividades.

“Foram dias de muita graça, com a presença de Deus em todo o tempo. A Igreja confirma que é um dom divino. É, ao mesmo tempo, um desafio e uma confirmação para viver a Palavra de Deus e, assim, viver o amor profundo que está dentro de nós”, explica um dos fundadores da obra, frei Hans Stapel.

A aprovação dos estatutos da instituição pela Igreja a nível mundial também é uma espécie de carta de recomendação para uma expansão ainda mais ampla do carisma, que busca a santificação através da prática do amor recíproco e tem como fontes a espiritualidade franciscana e focolarina.

“A Família da Esperança é uma experiência maravilhosa da Igreja, capaz de dar resposta a esse problema tão grave da droga. Os resultados são tão bons porque há uma preocupação com a pessoa na sua integralidade, recuperando a esperança, mostrando que é possível ser feliz olhando para Deus, não para o vício”, salienta o núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, que presidiu a Santa Missa de encerramento do encontro.

O secretário do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Josef Clemens, destaca que o Reconhecimento é um grande sim da Igreja. “É ela dizendo: 'Estamos com vocês, continuem, caminhem na estrada justa'”.

O bispo alemão afirma que agradece a Deus pelos dias que passou no Brasil acompanhando a programação. “É uma realidade viva. Estou muito contente por essa iniciativa que promove a evangelização de modo tão eficaz”.

Testemunhos

O responsável regional pelas Fazendas da Esperança na Europa, padre Christian Heim, exerce a função há três anos.

“Nós procuramos viver o amor. O jovem tem sede de amar e ser amado em todos os lugares do mundo. Eles são abertos para viver a Palavra e descobrir a liberdade que brota dela. A Palavra transforma, muda a vida, faz experimentar a esperança”, explica.

O jovem alemão Nils Odendhal, de 19 anos, sabe bem o que é isso. Antes de começar sua reabilitação na Fazenda, já havia passado por tratamentos terapêuticos e uso de químicos, mas sem resultado.

“Duas palavras me marcaram: 'ir além da dor' e 'contra a própria vontade'. No início, precisava ficar lembrando disso todo o dia, mas, com o tempo, essas realidades começaram a entrar em meu coração e já é algo natural. A Palavra ajuda a ir além”, testemunha.

Bem explica frei Hans que “se o jovem não se descobre como amor e que é amado por Deus, não ama e não se recupera”.

O brasileiro João Victor Melhado, de 29 anos, natural de Rio Claro (SP), também passou por tratamentos exclusivamente químicos antes de encontrar a Fazenda da Esperança. Neste domingo, 24, ele completa exatamente um ano do início de seu processo de reabilitação.

“Aqui ganhei liberdade, confiança. No início é muito difícil, especialmente pela saudade da família, mas depois encarei a proposta de viver o amor, olhar para cada um como o próprio Jesus, viver o momento presente”, diz.

A Família da Esperança

A obra foi fundada em 1983 e, com o passar dos anos, a comunidade terapêutica entendeu que sua finalidade principal era viver segundo os ensinamentos do Evangelho. Sendo assim, surgiu a associação de fiéis nomeada "Família da Esperança", que, em 1998, recebeu a aprovação diocesana pelas mãos do Cardeal Aloísio Lorscheider, no Santuário de Aparecida. Com o contínuo aumento dos membros, veio a necessidade de um Reconhecimento Pontifício pela Santa Sé.  

Nesses 27 anos de missão, a obra se expandiu por todo o país e no exterior. Atualmente, atende cerca de 3 mil jovens nas 72 fazendas espalhadas pelo mundo e está presente em outros 10 países: Alemanha, Rússia, Filipinas, Moçambique, México, Guatemala, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Argentina. Em toda a história, mais de 10 mil pessoas já foram atendidas.

O período de internação dura 12 meses e o índice de recuperação é de até 70%. O estilo de vida baseia-se no tripé viver em família, trabalho como fonte de auto-estima e sustento e espiritualidade com moral e princípios que levam a uma mudança de mentalidade e comportamento.

A Família da Esperança não é uma congregação ou instituto secular, nem um movimento espiritual, como a Renovação Carismática e os Focolares, mas é uma nova comunidade. "É algo novo dentro da Igreja, onde os casados, os solteiros, os jovens, mas também irmãs religiosas e padres podem ligar-se numa mesma comunidade que quer atender, no nosso caso, aos jovens dependentes", explica padre César Alberto dos Santos, consagrado da Família. Já há mais de 500 membros pertencentes à Família.

Fonte: Canção Nova

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